JOSÉ DE ALENCAR
José Martiniano de Alencar
nasceu no Rio de Janeiro, no dia 01 de maio de 1829, filho de um ilustre
senador do império e pai de Augusto Cochrane de Alencar.
Foi um jornalista, político, advogado, orador, crítico, cronista, polemista, romancista e dramaturgo brasileiro.
Formou-se em Direito, iniciando-se na atividade
literária no Correio Mercantil
e Diário do Rio de Janeiro. Foi casado com Ana Cochrane.
Faleceu em 12 de Dezembro 1877, ainda no
Rio de Janeiro, aos seus dígnos 48 anos de muito acréscimo a literatura
brasileira.
·
A
OBRA
PERSONAGENS
A obra se divide em duas
Tribos rivais, que estarão em conflito durante toda obra.
Tabajaras:
*Irapuã:
Chefe dos guerreiros tabajaras; apaixonado por Iracema.
*Iracema:
Índia da tribo dos tabajaras, filha de Araquém, guarda o segredo de Jurema
*Araquém:
Pajé da tribo Tabajara. Pai de Iracema e Caubi.
*Caubi:
Índio tabajara, irmão de Iracema.
*Moacir:
Filho de Iracema e Martim
Pitiguaras:
*Jacaúna: Chefe dos guerreiros pitiguaras, irmão de
Poti
*Martim: Guerreiro brando, amigo dos pitiguaras
(coatiabo)
*Poti:
Herói dos pitiguaras, amigo de Martim
ENREDO
Durante uma caçada, Martim
Soares Moreno, personagem histórico responsável pela colonização do Ceará, se
perdeu dos companheiros pitiguaras e se pôs a caminhar sem rumo durante três
dias.
No interior das matas
pertencentes à tribo dos tabajaras, encontra-se com Iracema, filha do pajé
Araquém, da tribo dos Tabajaras, "os senhores das montanhas".
Ao deparar-se com Martim,
surpresa e amedrontada, a índia o fere no rosto com uma flechada. Ele não
reagiu. Arrependida, a moça correu até Martim e ofereceu-lhe hospitalidade,
quebrando com ele a flecha da paz. Martim, por quem Iracema se apaixona, vai visitar
a sua tribo. Lá encontra Irapuã, o chefe, um rival. Entretanto, o duelo entre
ambos é interrompido pelo grito de guerra dos Pitiguaras, "os senhores do
litoral", liderados por Poti (Antônio Felipe Camarão, personagem
histórico), amigo de Martim.
Nas entranhas da terra,
magicamente abertas por Araquém, Iracema esconde-se com Martim e torna-se sua
esposa, traindo o compromisso de virgem vestal, sacerdotisa da tribo e
portadora do segredo da jurema, o segredo da fertilidade dos Tabajaras.
Durante o sono da tribo
propiciado por Iracema, que a leva aos bosques da Jurema, onde os guerreiros
podem sonhar vitórias futuras, há o reencontro entre Martim e Poti, que fogem
guiados por Iracema. Ela não revela a Martim o que houve entre ambos o himeneu,
enquanto o jovem iniciava-se nos mistérios de Jurema, só o fazendo depois da
fuga.
Irapuã encontra os
fugitivos, trava-se um combate entre os Tabajaras e os melhores Pitiguaras,
conduzidos por Jacaúva, irmão de Poti. Nesse combate, Iracema pede a Martim que
não mate Caubi ("o senhor dos caminhos"), seu irmão, e por duas vezes
salva a vida do estrangeiro. Os Tabajaras debandam, deixando Iracema triste e
envergonhada.
Iracema, Martim e Poti
chegam ao território Pitiguara, de onde viajam para visitar Batuirité, o avô de
Poti, o qual denomina Martim Gavião Branco, fazendo, antes de morrer, a
profecia da destruição de seu povo pelos brancos.
Iracema engravida e,
acompanhada de Poti, pinta o corpo de Martim, que passa a ser Coatiabo, "o
guerreiro pintado", que às vezes tem momentos de grande melancolia, com
saudades da pátria.
Um mensageiro Pitiguara leva
a Poti um recado de Jacaúna, contando sobre a aliança entre os franceses e os
Tabajaras. Poti e Martim partem para a guerra; Iracema fica no litoral, em
companhia de uma seta envolvida em um galho de maracujá (a lembrança). Triste,
recebe a visita de Jandaia, antiga companheira e trona-se como ela,
"mecejana" (a abandonada).
Martim e Poti voltam
vitoriosos; Martim sente mais saudades da pátria; Iracema profetiza a própria
morte que ocorrerá com o nascimento do filho. Enquanto Martim estava
combatendo, Iracema teve sozinha o filho, a quem chamou de Moacir, filho da
dor. Certa manhã, ao acordar, ela viu à sua frente o irmão Caubi, que, saudoso,
vinha visitá-la, trazendo paz. Admirou a criança, porém surpreendeu-se com a
tristeza da irmã, que pediu a ele que voltasse para junto de Araquém, velho e
sozinho.
De tanto chorar, Iracema
perdeu o leite para alimentar o filho. Foi à mata e deu de mamar a alguns
cachorrinhos; eles lhe sugaram o peito e dele arrancaram o leite copioso para
voltar a amamentar. A criança estava se nutrindo, mas a mãe perdera o apetite e
as forças, por causa da tristeza.
No caminho de volta, findo o
combate, Martim, ao lado de Poti, vinha apreensivo: como estaria Iracema? E o
filho? Lá estava ela, à porta da cabana, no limite extremo da debilidade. Ela
só teve forças para erguer o filho e apresentá-lo ao pai. Em seguida,
desfaleceu e não mais se levantou da rede.
Morre Iracema. Suas últimas
palavras foram o pedido ao marido de que a enterrasse ao pé do coqueiro de que
ela gostava tanto. O sofrimento de Martim foi enorme, principalmente porque seu
grande amor pela esposa retornara revigorado pela paternidade. O lugar onde se
enterrou Iracema veio a se chamar Ceará.
Martim retornou para sua
terra, Portugal, levando o filho. Não consegue permanecer lá. Quatro anos
depois, eles voltaram para o Ceará, onde Martim implantou a fé cristã. Poti se
tornou cristão e continuou fiel amigo de Martim. Os dois ajudaram o comandante
Jerônimo de Albuquerque a vencer os tupinambás e a expulsar o branco tapuia. De
vez em quando, Martim revia o local onde fora tão feliz e se doía de saudade. A
jandaia permanecia cantando no coqueiro, ao pé do qual Iracema fora enterrada.
Mas a ave não repetia mais o nome de Iracema. "Tudo passa
sobre a terra."
FOCO NARRATIVO
Na obra o narrado é observador, e é escrito em
terceira pessoa, onisciente e onipresente, como podemos analisar na frase.
“Martim e Moacir deixam a costa do Ceará em
uma embarcação, quando o vento lhes traz aos ouvidos o nome de Iracema”.
ESPAÇO
O espaço em grande parte
ocorre em dois lugares onde se encontram as duas tribos rivais. No interior da
mata, que é a tribo dos Tabajaras. "Além, de muito além daquela serra que ainda
azula no horizonte, nasceu Iracema."
E também nas margens do litoral Cearense, onde se
encontra a tribo dos Pitiguaras, na qual mais tarde Martim lutaria por eles.
TEMPO
O tempo da obra se passa no
início do século XVII, e também traz grandes características do período de
colonização do Brasil por Portugal.
Conta com um Flashback no
início, quando relata um fato do fim da história onde Martim se encontra num
barco junto com Moacir saindo da costa do litoral Cearense, e depois retorna
pro início da história, que é contado os fatos sucessivamente.
IRACEMA É CONSIDERADO UM POEMA EM PROSA POR CONTER TRASOS DA POESIA E RELATA UMA HISTÓRIA DE AMOR SINGULAR COM UM FINAL TRÁGICO,EM QUE IRACEMA LUTA CONTRA TUDO E TODOS PARA VIVER SEU GRANDE AMOR E DESSE AMOR ELA DÁ A LUZ A MOACIR E ESSE FILHO REPRESENTA O PRIMEIRO BRASILEIRO MISCIGENADO FORMANDO ASSIM A NAÇÃO BRASILEIRA. juliana camolez
ResponderExcluirSem dúvidas, essa obra é um grande marco da literatura brasileira, pois contém fortes traços da história do Brasil no período da colonização. Trata-se de uma indía que no decorrer da história desencadeará um romance com Martim, um guerreiro português, onde irão gerar figuradamente o primeiro brasileiro miscegenado da história brasileira. Livro muito interessante, e patrimônio cultural. Aconselho a leitura do mesmo. LUCIANO AQUINO ESCOBAR.
ResponderExcluirIracema é uma historia linda de amor entre duas pessoas que são mundos diferentes...que pena que no final Iracema morre mostrando o seu filho para Martin.
ResponderExcluirAconselho que leem essa obra literaria. aline Caetano Benigno.
Iracema é um livro que se desenvolve a lenda da fundação do Ceara, onde fala de amor entra Iracema e Martim,uma india e um portugues. a qual iracema guardava o segredo de jurema. Um Lindo Romance tipicamente brasileiro que relata a cultura dos indigenas. onde o amor entre eles simbolizam o miscigenagem de nosso pais.Glaciely C.De Souza RA:2401332842
ResponderExcluirUm aspecto interessante, é que Iracema é um Anagrama de América e representa a mata virgem, ou seja, na verdade o romance é só um plano de fundo para a história da colonização do Brasil, onde colonizadores invadem o país, quebram a pureza da nova terra e a deixam de qualquer jeito.
ResponderExcluirALINE NETTO DOS SANTOS
RA: 3127005441